Os especialistas garantem que paradigma da cirrose mudou bastante em Portugal. O que significa que a realidade dos alcoólicos serem pessoas idosas estar cada vez mais a ser substituído pelos casos de cirrose a partir da adolescência.
"O paradigma da cirrose está a mudar. Antigamente, os alcoólicos eram pessoas idosas, mas hoje assistimos à juventude a começar a beber muito cedo. Muitos, mesmo logo a partir dos 13, 14 anos. Muitas dessas pessoas, talvez 50%, tornam-se alcoólicos crónicos", explicou ao JN Carlos Monteverde, no arranque das IV jornadas do núcleo, que decorreram em Espinho.
"As cirroses começam a aparecer a partir dos quarenta, cinquenta anos, mas, por se tratar de uma doença que surge porque se prepara o terreno para ela, brevemente poderemos começar a ver cirroses em idades mais precoces", continuou.
Sendo irreversível, a determinada altura a única solução para um doente com cirrose é mesmo o transplante de fígado.
No que respeita às doenças hepáticas, a seguir à cirrose em termos de gravidade, aparecem as hepatites, nomeadamente a hepatite B e a hepatite C.
A importância das doenças hepáticas é muito grande pela elevada taxa de mortalidade, mas também por levarem um grande número de pessoas a sair da vida activa do país, o que se torna um problema económico para o país. Circunstâncias que levam vários grupos de médicos a dedicarem-se quase exclusivamente às doenças hepáticas", argumentou, por fim, Carlos Monteverde.
Natacha Palma, 2010-10-17