sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O que eu gostava de receber no Natal?!...

Faço esta interrogação a mim próprio. Penso no índice de pobreza – já se fala em 2,5 milhões de pobres em Portugal, número que equivale a um quarto da população portuguesa. Penso nesta crise e constato o aumento das desigualdades sociais em contraste com o incentivo ao consumismo típico da época Natalícia. E aqui, interrogo-me seriamente: como posso ser testemunho de coerência entre estes dois contrastes? Em meu entender, esta crise é bem mais grave do que uma crise económica; traduz uma crise de valores, onde está presente o incentivo ao facilitismo, mesmo em tempo de recessão.
O Natal realça a falta de valores da nossa sociedade. Os valores defendidos por Jesus Cristo, como a solidariedade, a partilha, a justiça, o viver em comunhão são facilmente trocados pelo individualismo, pelo salve-se quem puder, pela falta de equidade numa sociedade que é de todos e não apenas de alguns.
Assim, neste Natal gostava de receber como presente a diminuição do número de desempregados, o incremento de novos postos de trabalho, a dissolução da especulação financeira, a diminuição dos elevados lucros dos bancos e uma mais justa forma de repartição da riqueza, o fim da exclusão social, a solidariedade de todos para a construção do bem comum; contudo, para isso precisamos de união em torno deste mesmo objectivo e só delineando objectivos poderemos chegar mais longe.
À JOC é pedido que sejamos um movimento de acção, atento ao meio que nos rodeia, para depois podermos ajudar na concretização desse mesmo objectivo – o bem comum. Denunciando aquilo que temos de denunciar mas também sendo anúncio de Jesus Cristo Libertador, que nos ajuda a ter esperança na construção de uma sociedade melhor, que pode e deve começar por nós, jovens, operários, católicos.
Um Bom Natal para todos, e que o nascimento de Jesus Cristo nos ajude a discernir o nos é pedido, para ajudarmos a construir um Reino de Justiça. Que 2011 perdure como um ano de mudança de mentalidades, para que a Paz, a Fraternidade e a Justiça Social sejam uma realidade vivida por todos.

Tarcísio Alexandre Fernandes
Presidente Nacional da JOC

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