
Este ano, as comemorações do 1º de Maio são marcadas pela crise económica mundial. Crise causada pela ganância de alguns, pela injustiça e pela falta de humanidade imposta pelas regras do sistema económico. Uma crise que é suportada sobretudo pelos trabalhadores e afeta os mais vulneráveis nomeadamente as mulheres, os jovens e os emigrantes.
Os dados falam por si só: 620 mil portugueses em situação de desemprego e uma taxa de desemprego jovem (abaixo dos 25 anos) situada nos 23,0 % (dados do INE relativos ao ultimo trimestre de2010); taxas de trabalho precário que não param de aumentar -segundo o Eurostat Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais trabalhadores contratados a prazo.
Estes níveis de desemprego e precariedade têm uma influência directa na vida dos trabalhadores e suas famílias. Paralelamente assistimos a um corte acentuado na atribuição dos apoios sociais – abono de família, subsídio de desemprego, rendimento social de inserção, bolsas de estudo, etc. – onde muitas vezes a ausência de uma política de fiscalização eficaz conduz a grandes situações de injustiça. No ensino superior por exemplo, têm sido flagrantes estas situações, o que está a fazer com que muitos jovens ponderem abandonar os seus estudos, por não lhes terem sido atribuídas bolsas.
Perante esta realidade dura e difícil, que é preciso denunciar, é necessário também apresentar uma mensagem de esperança, reforçada este ano pela comemoração do 30º aniversário da publicação da Encíclica Laborem Exercens sobre o Trabalho Humano. Queremos pois, defender o respeito pela dignidade de todos os homens, criados à imagem de Deus, e proclamar a revalorização contínua do trabalho humano – o trabalhador é um ser digno e, como tal, o trabalho não pode ser subordinado às vantagens económicas, sem antes respeitar a dignidade do homem, sujeito do trabalho (L.E.).
O 1º de Maio é um dia de Festa para reivindicar a centralidade do trabalho na vida das pessoas e a defesa indiscutível da dignidade humana.
A situação actual deve abrir-nos os olhos e o coração para a necessidade de operarmos transformações na nossa sociedade e na forma de entender e organizar a economia, acreditando que outro mundo é possível. É necessário sermos agentes de mudança…
A situação actual deve abrir-nos os olhos e o coração para a necessidade de operarmos transformações na nossa sociedade e na forma de entender e organizar a economia, acreditando que outro mundo é possível. É necessário sermos agentes de mudança…
“TUDO COMEÇA POR TI
HOJE, AGORA E AQUI”
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