quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Testemunhos: "Que se lixe a Troika - Queremos as nossas vidas!"






No dia 15 de setembro de 2012, quase 1 milhão de portugueses manifestaram-se contra o novo pacote de medidas de austeridade comunicadas pelo governo semanas antes. O apelo para esta manifestação surgiu por parte de um grupo de cidadãos, de diferentes origens e motivações, e rapidamente se propagou pelas redes sociais, apelando a todos os “indignados”. Às 17horas, em mais de 40 cidades de Portugal e pelo mundo fora, os portugueses saíram à rua para dizer BASTA!

E para reviver esse dia aqui ficam alguns testemunhos de Jocistas que participaram na manifestação:

Lisandra Rodrigues (25 anos), militante da JOC do Porto e participante da manifestação na Avenida dos Aliados (Porto)

“Eu fui à manifestação de 15 de setembro no Porto. Fui e voltaria a ir. Contudo tanto antes como depois, ouvi algumas pessoas comentar: "Ir à manifestação para quê?". Eu perguntei e pergunto: ficar em casa para quê? Não sei, de facto, qual o impacto que esta irá ter junto das entidades (supostamente!) competentes, nomeadamente, o governo e assembleia da república, mas tenho a certeza que este"grito português" serviu para nos lembrar que estamos vivos, somos um país em que as pessoas e o seu trabalho têm que ser respeitados e que se assim não for, estaremos juntos para demonstrar que não nos acomodamos!

Foi muito bom ter lá estado com o meu grupo e outros grupos da JOC! Foi muito bom ter lá estado com amigos e desconhecidos, jovens e adultos, netos e avós! Foi muito bom ouvir as partilhas de vida precárias de pessoas indignadas, portugueses atentos e inteligentes que não se deixam enganar facilmente! Foi melhor ainda sentir que estivemos e estaremos todos juntos, a cada de dia que passe, na luta por nós próprios, portugueses. Porque a nossa Dignidade não está à venda, porque hoje faz mais sentido do que nunca: "Cada Jovem Trabalhador Vale Mais do que todo o ouro do mundo" - Cardijn. “


Diana Salgado (27 anos), militante da JOC do Porto e participante da manifestação na Avenida dos Aliados (Porto)
“Muitos julgavam que a indignação, revolta e protestos ficariam apenas pelas redes sociais, no comodismo e segurança de cada lar, mas no dia 15 de setembro os portugueses mobilizaram-se em força e saíram para as ruas! Segundo os dados oficiais divulgados, fomos mais de 660 mil nas ruas, por todo o país!

Certamente não seremos só estes os que se encontram indignados, mas foi sem duvida a maior mobilização vista no nosso pais nos últimos anos!

Crianças, jovens, adultos, pessoas com mobilidade reduzida, estudantes, desempregados, trabalhadores, patrões… todos saíram à rua e todos mostraram a sua indignação com as medidas de austeridade apresentadas.

Foi uma manifestação pacífica, sem recurso à violência, como se pretendia! Mas nem por isso se descuraram os objectivos pretendidos! A manifestação de 15 de setembro foi a demonstração cívica do descontentamento geral que se faz sentir! Foi fantástico sentir a união de todos os que lá estiveram! Fossem quais fossem os motivos que os levaram a participar, todos gritaram a uma só voz!

Comoveu-me o patriotismo de quem esteve presente… as bandeiras, o cantar o hino nacional a plenos pulmões, como que dizendo: “estamos aqui por Portugal! Estamos disponíveis para ajudar! Mas venham do governo e do estado o exemplo dos sacrifícios que nos exigem!”!

A imparcialidade apregoada para esta manifestação foi por vezes toldada por alguns apontamentos partidários (mais à esquerda ou mais à direita) mas acima de tudo percebeu-se que os portugueses estão descontentes com a classe política em geral! Sentimo-nos enganados e usados a bel-prazer!

Pretendemos ser governados por quem efectivamente se preocupe com o presente dos portugueses e o futuro do país! Por quem efectivamente conheça a realidade dos portugueses e se disponibilize a governar pelo bem comum e não pelo seu umbigo!

Estamos todos certos de que não basta uma manifestação isolada! É necessário que a cada dia reivindiquemos os nossos direitos, cumpramos os nossos deveres e defendamos a nossa dignidade apelando à verdadeira justiça social!

Depois deste dia fica a certeza: Estamos juntos! Estamos juntos por Portugal!”


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